Viagens, conflitos, epidemias e guerrilhas. O que fazer?

O que fazer quando está com uma viagem marcada e surge um ataque, uma gravidade no país ou uma epidemia? Pois é este problema que enfrentamos agora, “Ebola”, o mais violento vírus de todos os tempos.

Estamos a caminho da África Ocidental, local onde havia menos possibilidade da doença. Durante nosso voo para Lisboa, foram oferecidas várias revistas. Pedi a mais fútil delas. Tanto a mais fútil como as demais tratam o caso “ebola” na África ocidental, nosso destino.

O que vc faria?

Pois é. Já deixamos de ir para Austrália devido a grandes queimadas. Não fomos a Paris por causa de ataques terroristas. Estávamos na Normandia em plena epidemia da gripe aviária, com duas crianças e por onde passávamos o assunto era a tal gripe. Estivemos na Europa durante a “Vaca Louca”.

Claro que a situação causa uma tensão e até mesmo, momentos de pânico, mas precisamos viver e para isto, nos arriscar, porém com a máxima cautela e confiança nos governantes.

Neste momento escrevo numa aeronave a caminho da África. O que vamos fazer? Tentar nos proteger tomando os cuidados necessários como: usar álcool na desinfecção das mãos, não sentar em vasos sanitários, nos proteger com plásticos ou luvas para abrir portas de sanitários, não comer em locais suspeitos, evitar comer frutas etc.

Quando fomos à Índia, levei uma farmácia. Todos apostavam que ficaríamos doentes, mas nada aconteceu já que tomamos todos os cuidados recomendados.

Quando estivemos no Vietnã, fiz uma micro cirurgia no dedo um dia antes de embarcar. Passei 40 dias desinfetando o local, manchei a maioria de minhas roupas com os produtos, mas nada aconteceu com o meu dedo.

Durante esta viagem, tomaremos todos os cuidados, sabendo que os voos poderão ser cancelados ou sermos mandados para fora do país ou ainda ficar em quarentena (não li nada sobre essa possibilidade. Estou apenas imaginando algumas situações).

Vou relatar uma passagem que aconteceu na Normandia. Com a gripe aviária, estávamos atentos para evitar o contato com aves de qualquer espécie, até que entramos num castelo. Deixamos o carro e fomos a pé em direção a um lago. Quando chegamos, nossos filhos ficaram loucos, pois surgiram centenas de patos de todos os lados. Uma beleza, se não tivesse o surto de gripe. Continuamos a visita e voltamos. Antes de entrar no carro, todos tiraram os sapatos e fomos para nosso apto em frente ao Rio Senna, no interior da França. Até aí tudo bem. Coloquei todos na cama e fui lavar os sapatos com as mãos protegidas. Terminei e fui dormir.

Pouco tempo depois acordei em pânico. Lembrei que lavei as solas dos sapatos numa banheira que usaríamos para o banho. Levantei de imediato e coloquei-me a lavar a banheira e desinfetá-la com álcool e fogo.  Foi uma noite de estresse. Esse pânico me acompanhou por alguns dias, mas não deixei transparecer para minha família. Hoje lembro e acho graça, mas confesso que foi um horror.

Outros fatos interessantes:

– Quando estávamos em Roma, Itália, quando houve o Tsunami. A TV passava informações sobre a tragédia sem interrupções.

– Fomos para o Egito e sentíamos um movimento tenso. Quando chegamos no aeroporto a tensão aumentou. Embarcamos para Paris. Após quatro horas de viagem, soubemos que Hosni Mubarak tinha caído e a revolução se instalara. Nossa aeronave foi a última a sair do Egito.

– Em 2013, viajamos pelo Leste Europeu. Visitamos Kiev, assistimos a resolução da pendência da Ucrânia com Moscou. Dias depois do nosso embarque estourou o conflito que perdura até hoje.

– Na Grécia nos hospedamos no Hotel Bretanha, na praça do Parlamento, local dos protestos. Novamente ao desembarcar em Paris assistimos pela TV a revolução. Os mármores das escadas da entrada do Hotel Bretanha foram utilizados como arma contra os policiais que protegiam o parlamento.

– Íamos para New Orleans quando teve a passagem do furacão Katrina. Abortamos a ideia e transferimos a viagem para este ano.

Estou lembrando todos estes fatos porque o mundo não para e com ele não podemos parar. Meu marido pegou dengue no sofá de casa e um vírus brutal em Trancoso, anos atrás, só para exemplificar que tudo pode acontecer em qualquer lugar.

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