São João do Marinheiro, uma pequena vila e sua relação com a arte da dança

 

A vila de pescadores, com menos de 5 mil habitantes, ao lado da represa da água vermelha, revela curiosidades e surpresas.

Saí do Hotel Fazenda Foz do Marinheiro em direção à Vila de São João do Marinheiro já com destino certo, pois sei que todos os sábados um grupo de crianças recebe aulas de ballet ministradas pela professora Amanda Padilha (de 17 anos) e supervisionadas pela professora Natali Salles, que iniciou sua escola em Cardoso no ano de 2007.

Emocionei-me ao chegar no clube da cidade, que ecoava a música clássica do ensaio das pequenas bailarinas. Percebi naquele momento a contradição e a esperança na mesma intensidade. A profundidade desta uma hora de aula semanal é inestimável para uma população.

O ballet, sendo uma cultura mundial, clássica, requer conhecimento, método, persistência, desenvolvimento e ética. Estes fatores todos podem mudar a estrutura de uma família, de uma sociedade, de uma vila.

A autoestima e ilusão criam a busca pelo sucesso.

O exemplo da professora carinhosa, dedicada, pontual, estrutura à base do caráter.

Numa vila humilde como São João do Marinheiro encontrar todas estas possibilidades é simplesmente incrível e surpreendente. E minha busca, neste momento, é expor esta realidade e quem sabe conseguir algo ainda melhor para todos que conheço.

 

Após a aula de ballet fui mais à frente, uma quadra apenas e lá visitei o Sr. Peninha Zanini, um senhor de 85 anos que passa seus dias num trabalho sem fim e intrigante.

Ele desenvolve um artesanato próprio com uma responsabilidade imensa, cumpre horário, não desiste e não para. Ele decora sua casa com flores, estrelas, peixes e outras invenções.

Entrei e ele orgulhosamente foi me mostrando cada detalhe de cada cômodo, cada feito.

Sua sala de ferramentas é impecável, não falta nada e tudo está em seu devido lugar.

No quintal há coelhos, patos, galinhas e tudo está perfeitamente decorado, colorido e arrumado impecavelmente.

Sua rua é digna de visitação. Afinal, o turismo é feito destas curiosidades. Quantas vezes durante uma viagem andamos quilômetros em busca de algo diferente e surpreendente? Pois é, o Sr. Peninha coloriu e decorou sua rua com cata-ventos feitos de ventiladores velhos que ganhou ou encontrou abandonado.

Ele oferece cartões de visita com seu contato, mas, na verdade, nada está à venda (talvez ele venda).

Com 85 anos, mostrou-se feliz e grato ao saber que estaria sendo “notícia”, pois viu a possibilidade de seus filhos lerem e verem seu trabalho.

Na saída, passei na praça principal e percebi que árvores centenárias que foram derrubadas estão sendo replantadas.

A praça estava agitada, pois as famílias da igreja arrumavam a quermesse que aconteceria à noite.

Fui para o lado da pequena vila, onde existe a igreja da Dona Eurípedes, que está sempre com as portas abertas. Esta senhora recebe fiéis que a visitam de toda parte à procura de cura e reza. Ela me conta a sua história.

Com 15 anos de idade, ouviu o Padre Cícero falar em seus ouvidos:

– Construa sua igreja, pois estamos juntos na cura das pessoas. Você será o meu caminho.

E assim foi feito! Ela construiu a igreja e curou centenas de pessoas, que podemos ver em fotos presas em sua capela.

Segundo ela, quando está rezando e transmitindo alguma mensagem, são palavras de Padre Cícero.

Outra curiosidade de São João do Marinheiro, que poderia ficar famosa com o turismo religioso que tantos buscam pela fé.

A renda da cidade vem da pesca, da laranja, da cana-de-açúcar e do Hotel Fazenda Foz do Marinheiro, outra curiosidade da vila.

O hotel está a 800 metros da pequena Vila de São João do Marinheiro. Recebe anualmente milhares de turistas nacionais e internacionais. É um centro de lazer e de gastronomia muito importante para a região.

Com o início das férias, a espera é alta em relação à ocupação no Hotel Fazenda Foz do Marinheiro. Seu diferencial são as deliciosas refeições, principalmente aos sábados, com a tradicional feijoada, as recreações e o local maravilhoso. À noite a maravilhosa música ao vivo.

O hotel faz margem com a represa, onde a pesca do tucunaré e da corvina faz a felicidade dos amantes da pesca.

O turismo é ajudado pelo clima quente, principalmente nos meses de inverno.

Tudo aqui é surpreendente.

Uma grande surpresa da vila é ter um hotel fazenda como o Foz do Marinheiro.

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