Rissani e Merzuga- Marrocos

Rissani

A primeira capital de Marrocos.

Aqui chegaram os Árabes da Arábia Saudita, ficaram nesta zona, pois o clima era muito parecido com o deles.

As mulheres Árabes cobrem-se totalmente deixando apenas os olhos para fora.

As Berberes usam as capas pretas e coloridas.

A alimentação era até pouco tempo somente tâmaras, leite de cabra e de camelo e a carne dos animais.

Hoje já comem e plantam outras frutas.

O primeiro Rei foi: Molay, Ali, Charia.

 

Merzuga

Em frente à nossa via está a “Lala Merzuga”, a duna maior, a princesa do deserto.

As dunas fazem fronteira com Argélia.

Nas dunas há água, pois as dunas protegem a água. Cavando 30 cm já encontra-se água.

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Após as Dunas, uma planície com a superfície preta, isto porque a terra é vulcânica.

As dunas douradas, mudam de cor três vezes ao dia, são lindas e amadas.

Em Merzuga as casas se confundem com a terra, pois são de terra sem cor.

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Nosso guia nos convidou a almoçar em sua casa e aprender a fazer verdadeiro cucus marroquino.

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É encantador na pequena cozinha ver a tia desenvolver seu trabalho carregando em suas costa seu bebê que  participa de tudo atentamente. O bebê é parte da mãe durante todo o dia, uma belezinha de ver. Com esse sistema tudo fica fácil, pois a criança aprende o desenvolvimento das tarefas de casa e a mãe o tem sem o trabalho de estar correndo atrás ou brincando, a vida é a brincadeira.DSCN1596DSCN1616

O cuscuz passa por três fases:

-É colocado no fogo uma panela com água, para tampá-la coloca-se à Cuscuzeira feita com fibras de palmeira, linda e colorida. Lá fica por 30 minutos,

-Umedece-se o Cuscus novamente, mas com água fria e nesta fase coloca os vegetais para cozinharem na água que já está quente, coloca novamente sobre ele a cuscuzeira, por mais 30 minutos.

-Joga mais água no Cuscus e coloca os temperos: sal, salsas, cardamone, a barba do avô (uma erva que somente existe neste deserto;

Depois disto coloca para cozinhar um pouco mais.

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E numa grande travessa coloca-se o cuscus, as verduras e a carne que haviam sido cozidas na água do vapor.

Todos sentam em volta da mesa no chão sobre os tapetes e pegam a comida com colher, com a mão e comem todos juntos.DSCN1626

A sobremesa é sempre frutas e chá.

Toma-se água apenas ao final da refeição, nunca durante.

Dizem nossos guias que suas mães ficavam muito bravas quando eles tomavam água durante as refeições.

Tudo aqui é aproveitado, o resto de comida e as cascas das frutas, são servidas às cabras.

Embaixo de cada torneira existe um balde e toda água é reutilizada, não há desperdício de nada.

A avó, com uma idade avançada participa de tudo e quando se cansa, deita onde está envolta junto com seus panos.

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Sem dúvidas, estas experiências enriqueceram muito nossa viagem e nos aproximaram do povo com carinho especial.

Tivemos a grande sorte de ver as mulheres fazerem seus pães nos fornos coletivos. Cada 15 família tem uma padaria.

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Isto é um forno, cada dia aceso por uma pessoa da comunidade, dá-se o início as 8hs da manhã e encerra-se as 12hs, pois as mulheres quem fazem e precisam encerrar o ofício antes de dar o almoço à família.

Não há brigas e nem disputas.

Do lado de fora ficam as crianças brincando com seus tambores fazendo música e muitas vezes dançando.

Fomos na associação de crianças onde Mohamed é presidente, lá eles aprendem o Árabe que os professores voluntários ensinam.

É muito interessante que quando perguntamos quanto custa isto ou aquilo, eles não entendem e não conseguem responder, pois nada aqui é comprado e sim compartilhado.

Fomos na Cooperativa do povo de Merzuga, logo veio um senhor que cuida da tenda de 3 cômodos, muito bravo, pois havíamos visto primeiro a sala dos trabalhos do homens.DSCN1642

Mas o que fazer? Não sabíamos que tinha uma ordem!

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Então, entramos numa sala lateral onde a arte das mulheres são protegidas e sempre vistas primeiro. O trabalho é emocionante e belo, cada tapete com sua história e suas cores próprias.

É impossível passar a emoção de tão grande que é a beleza dos trabalhos onde cada cor e cada símbolo, tem uma energia e uma grande história. Vê-se em um tapete suas viagens, suas crenças e sua alegria.

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Para comprá-los é preciso esperar que todos sejam mostrados.

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O casal senta e discute onde e como vão utilizá-los, quanto vale, e ai inicia a grande negociação, não tenha pressa, pois com pressa irá demorar mais, este é um dos aprendizados, para tudo é preciso paciência.

Passamos para a sala dos homens e aí estão as bijuterias, os candelabros e as arandelas tudo aqui é arte.

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As mulheres Bereber se distinguem com seus panos pretos bordados em cores azul, (o céu e a liberdade, o verde as montanhas onde há agricultura e o amarelo sol) que as protegem do sol do vento dos homens, as árabes usam os panos somente pretos e cobre os rostos deixando apenas os olhos de fora.

Existem roupas para trabalhar, como calça até a canela para que possam subir escadas sem cair e para sair as túnicas comprimais.

Para os homens do deserto as roupas são azuis com bordados no peito.

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As mulheres mais velhas são sempre chamadas de Fátima e em todas as casas têm a mão de Fátima com um olho na palma para proteção de todos.

A estrutura da planta das casas são:

Quadrado com duas portas: uma para as pessoas entrarem e outra que dá diretamente no alojamento dos animais.

Passamos por uma tribo de homens negros, eles usam roupas brancas, pois o branco fica muito bonito sobre a pele negra, estes são protegidos pelos Beberes, pois seriam levados como escravos.

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Hoje tem seu próprio povo e cantam e tocam tambores. São chamados de GNAWA .

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Saímos diretamente para o Deserto de Oásis, é impressionante a quantidade de nômades que existe em todo o deserto.

Da mesma forma, a quantidade de animais como cabra, camelos que saem pela manhã em busca de alimento e voltam ao pôr do sol em caravanas, sozinho.

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Nossos dromedários já nos aguardavam e tinham muita pressa para que subíssemos e saíssemos, somente nas dunas soubemos que o grande momento seria o pôr do sol.

Um das coisas mais belas que vimos.

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Fizemos Ski bunda nas dunas sobre aqueles tapetes encantadores.

De camelo fomos para nosso acampamento. A tenda é um luxo, uma verdadeira casa, na mesma estrutura das casas do deserto as tendas se fecham deixando uma única entrada, os tapetes se sobrepõem aos tecido um mais lindo que o outro e ficam ali ao relento, fazem parte da natureza do deserto.

Os tecidos são muito fortes, não estragam e nem desbotam, pois são feitos de tinta natural, fibra de Caquitos e lã de carneiro, também são quentes para o frio e frescos para calor.

Nossa tenda era exclusiva, tivemos dois mordomos para nos servir e mais a noite tivemos a visita de um grupo musical do Deserto, lhalka, para divertir-nos.DSCN1703

Estes grupos musicais ou melhor, a música, faz parte do dia a dia do nômades pois como não tem outra diversão, cantam, dançam e depois sobem nas dunas e ficam conversando.

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Estamos cansadas e por isto pedimos nosso jantar: Cuscuz, Taine e frutas, servido pelos mordomos.

Nas tendas, turistas têm chaveiros, lavabos e vaso sanitário, a cama é enorme e protegida com véus para que não entre os mosquitos, as cobertas são várias e muito coloridas uma mais linda que a outra.DSCN1701

Durante a madrugada, o frio e o vento vem chegando, mas não se preocupe, a proteção é total.

Sair da tenda e ver o céu e as estrelas é uma loucura à parte, pois nada se assemelha a esta sensação.

À luz se encerra as 22 horas e  a partir daí somente o fogo que fica no centro das tendas.

O silêncio do deserto é absurdo, uma paz!

Pela manhã tivemos nosso café da manhã com leite de camelo que é muito forte e não se mistura ao café, geleia, queijo e suco.

As 8 horas em ponto, nossos guias estavam presentes com sua alegria e músicas.

Saímos do Deserto e passamos no mercado. Lá se encontra de tudo: roupas, carnes, sapatos, cabras, vacas, burros, tudo é comercializado.

 

As especiarias são da melhor qualidade.

Passamos na casa de Hassam, onde sua mãe nos esperava com sequilhos e chá.

A casa é enorme onde moram oito pessoas. Com várias salas, banheiro feminino e masculino, a casa toda azulejada e forrada com os tecidos da região.

A hospitalidade e o carinho em  nos receber é emocionante. Em nosso caminho de volta fomos encontrando vários casos corriqueiros da vida do deserto, como um homem com muitas cabras que nos pediu água, o bem mais precioso.

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Perguntei se eles saem  assim sem reservas de água e o guia me respondeu que sim. Ele precisa saber esperar, assim como os camelos e continuou a explicação dizendo que há muita gente que espera a manhã para pegar o primeiro xixi dos camelôs para limpar os olhos e bebê-lo, pois faz bem à eles.

Passamos nos poços subterrâneos, estes são curiosamente interessantes, pois são vários poços. Cada um responsabilidade de uma família, existe um duto subterrâneo que leva água as tamareiras e quando falta água examinam um a um para ver onde está o entupimento e todos da comunidade vem para ajudar a evacuação da água.

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Também passamos em um local onde vende-se leite de camelos.

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Passamos por vários povos Berberes e os identificamos pelos coloridos de seus panos negros.

Vimos as crianças que saem da escola e todos levam um pão nas mãos, o Mohamed nos explicou, que quando saem da escola, as professoras dão pães à eles, e nos contou também que muitas crianças querem ir à escola não para estudar mas para ganhar os pães oferecidos pelo dia de estudo que tiveram.

DSCN1772Vimos alguns poços no meio do nada, onde os homens levam suas cabras para beberem água.

E assim vamos nos apaixonando pelo Marrocos e já sentindo saudade dos amigos e da gente que encontramos aqui.

Estamos próximos às montanhas de SAGHRO, onde os Berberes ganharam a guerra com a França em 1912. Os franceses chegaram no Deserto em 1931.

Musico nab SAGHRO Band.  Ma liberte
A música é muito linda.

Passamos na cidade Judia antiga, onde as casas são de barro, existe um vale verde e Tamaha.

Subindo a montanha fria, vamos ver a Garganta de Todga.

Impressionante! Sob a montanha vermelha e dura brotam olhos d’Água cristalina.

Os nômades vem do Deserto com seus burrinhos e galões para levar 50 Litros de água por burrinho.

As mulheres Berberes deste povoado se vestem com um pano branco sobre suas vestes.

O tecido distingue também a situação conjugal, quando o tecido vem do lado direito ela é casada, quando é do lado esquerdo é viúva ou separada. As solteiras usam roupas normais.

A cidade de Tinghir, mais nova província do Marrocos, tem recebido muitos benefícios.

Com isto, a cidade está dividida em nova e antiga.

Politicamente, existe a revolta em relação ao rei, pois não há interesse em dar estudo à população. O povo acredita que o rei mora na lua, é uma divindade e uma vez ao ano ele faz uma doação de uma cesta contendo cinco litros de óleo, um torrão de açúcar, chá e sopa.

Miranahluwalia.

Passamos pela mina de ouro do Rei. Todo este ouro sai para a França, um milhão por dia.

A revolta é que os trabalhadores não são locais e vivem pobres como os nômades.

O povo localizado aqui se rebelou numa manifestação que durou dois anos, e para que parassem com a rebeldia o rei mandou cortar a água.

E então entendemos porque a cidade anterior recebe benefícios, é para proteção das minas de ouro e dos rebeldes, pois deixam as músicas das manifestações animar ainda mais.

IMIDER: feet d’aid Al Adha Sur le Mont Alebban. 26-10-2012 (Music aghuyyi. Bulevar)

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