Não somos donos de nós. Não somos donos de nossos futuros.
Não sabemos por que e para que viemos.
Sempre achei que, se viemos, precisamos fazer, e fazer, e fazer.
Já vivemos dificuldades e vencemos.
Afinal, somos flexíveis.
E agora ?
O que teremos que enfrentar?
Não sabemos.
Apenas assistimos indignados uma nova situação que pode nos levar ao derramamento de sangue ou à passividade na situação de vítima de um sistema inatingível. Andamos e andamos e vimos situações de sofrimento de povos que não tiveram o que fazer.
Vimos vizinhos matando vizinhos por precisarem tomar tal atitude pela simples situação a que foram submetidos (Trorgir).
Ouvi histórias de jovens que foram enviados à outros povos sem saber porque, para que, e se um dia iriam voltar a ver sua terra e seu próximos.
Vimos povos que foram presidiários em suas próprias casas e lá morreram de fome e frio (Kiev).
Vimos povos que morreram de frio e fome em suas cidades para barrar um ataque terrível (São Petesburgo).
Fomos o último voo ao Egito quando houve a revolta que resultou na retirada de seu ditador Hosni Mubarak.
Na China até hoje vemos o desejo dos jovens de sair para o mundo, e ainda presos a um regime estranho.
No Vietnã, a emocionante luta em vencer uma dor latente .
No Camboja a triste alegria do novo contato com um novo mundo e um canto triste em toda parte que não deixa no esquecimento a dor da morte, a orfandade deixada por uma guerra.
E mais: como o muro de Berlin.
Os campos de concentração.
E tantas dores existentes pelo mundo.
Hoje dia 16 de março assistimos a uma situação sem saber para onde vamos e por que vamos.
Sabemos que vamos superar e vencer.
Não sabemos o preço deste dia?
Isto não sabemos.