Mikonos – Grécia

Saímos de Santorini para Mikonos, cujo trajeto pode ser feito de avião ou barco. Optamos pelo barco rápido que seria uma viagem de 3h, porém, com os fortes ventos o mar fica trágico e o cuidado do comandante fez aumentar em 30 minutos esse tempo.

Ficamos em Mikonos por quatro dias, porém, foram tão intensos, que acredito não conseguir colocar todas as emoções, sensações e beleza do lugar.

Uma das ilhas mais visitadas da Grécia iniciou seu turismo pelos intelectuais e hoje são milhões de pessoas de todo o mundo que a visitam. Sua agitação é contagiante o que nos dá a impressão de que estamos numa “balada gigante” tarde e noite, digo tarde porque a vida na ilha tem horário diferente dos outros lugares. Os jantares iniciam-se com o por do sol as 20h30m, mas os restaurantes ficam lotados a partir das 22hs. É normal assistir ao por do sol em algum dos muitos locais maravilhosos. A partir do jantar, a noite continua e a meia noite os bares e restaurantes iniciam as músicas com DJ e só termina as 5 da manhã. Com esses horários, é lógico que a vida nas praias e na cidade começa a partir das11 h, antes disto não tem ninguém nas ruas.

tharroe-of-mykonos
Hotel Tharroe-of-mykonos

O hotel que nos hospedamos, o Tharroe Of Mikonos, Hotel de Luxe é cinco estrelas, mas nem por isso é o melhor em charme e serviço. Fica no local mais alto de Mikonos, onde, sem dúvida, tem o por do sol mais bonito. Está a 15 minutos da cidade. O café da manhã é agradável e experimentar o mousse de iogurte com raspas de laranja e o arroz doce com farinha de castanhas é quase obrigação. Todos do hotel são muitos atenciosos e gentis.

Para locomoção na ilha existe a possibilidade de carro. Quanto menor, melhor, pois os caminhos são ruelas. Para passar os dias, não é necessário estar com mais de 100 euros. Caso vá comprar algo tudo é facilitado, eles guardam, mandam ao hotel, fazem o que for necessário.
O design está presente em tudo: a arte é uma constante e a música é escolhida cuidadosamente em todos os lugares. A arquitetura muda a cada ilha. Em Mikonos, as casas são em forma de cubo, com as junções arredondadas devido aos frequentes fortes ventos. Não existem janelas para o lado norte e para o lado sul são pequenas para não entrar calor e nem vento, os tetos, plainos e mais fundos, são usados para desidratar alimentos para o inverno. Há jardins internos nas habitações maiores, pois na Antiguidade existia a invasão de piratas. Geralmente são três pisos, sendo o primeiro para os animais, o segundo, cozinha e o último, dormitórios. Cada casa, sempre branca, tem a janela de cor diferente, pois os moradores acreditam que melhora a identificação. As divisões dos terrenos são feitas com xisto, pedras vulcânicas ou pedra do próprio terreno.

A quantidade de pequenas igrejas é incrível. Quase a mesma que as casas, pois como em toda a Grécia, as famílias fazem suas promessas e, quando atingidas, constroem uma capela. Quem tem maior poder aquisitivo ou recebe o maior benefício faz a maior ou menos. Existem capelas pré-moldadas para venda em diversos tamanhos.
A cidade foi pensada em vielas muito estreitas para a proteção dos ventos e dos piratas, desta maneira assim como os turistas eles se perdiam ao invadir a cidade.
Sobre as malas devem conter roupas de praia. Não adianta levar chapéus. As sandálias precisam ser rasteiras. Não são necessárias calças compridas para os homens, mesmo nos lugares mais elegantes. Não use vestidos esvoaçantes porque eles “voam mesmo”, o melhor são os mais longos. O casaco é imprescindível para as noites.

Mikonos
Flores e Vinho

No final da tarde, conforme já disse, as pessoas se reúnem para ver o por do sol. A indicação para esse período do dia é o restaurante Sea Santin Market, nem sei como encontramos, pois está escondido e parece um mercadinho, mas quando se entra, percebe-se a beleza e as inovações como por exemplo, no balde de gelo há flores e tudo é servido em objetos diferentes.

 

As ondas do mar batem o tempo todo e o sol dorme sem nada à frente para atrapalhar a vista.
A gastronomia grega é maravilhosa: como entrada fava, que parece um homus, mas é de feijão amarelo e redondo, e coalhada com pepinos e alho, o peixe grelhado com legumes e, de sobremesa, Loukoumamades Honey Du Pling, prato com 6 bolinhos fritos cobertos com mel quente e farinha de nós, que lembram os bolinhos da vovó do interior e melancia com Mastixa, um digestivo feito de Ouzo, bebida tradicional desta região e da Turquia.

Loukoumamades Honey Du Pling
Loukoumamades Honey Du Pling

As lojas ficam abertas ate às 23h. As jóias e seus designers são fantásticos, com preços bem menores do que no Brasil.
As praias são segmentadas: existem as mais chiques como a Posrou, onde estão os spas, os reles e hotéis boutique como o Spa Petasos e outros. A praia Paradise tem alguns beach clubes e pode se fazer top less. A Super Paradise, que é para público GLS, tem nudismo. Todas são lindas e nestas, o vento é mais ameno com infraestrutura, alimentação e música excelentes. Na Paradise, paga-se 19 euros por duas cadeiras, um guarda sol e todo o serviço durante o dia inteiro. O mais econômico é servir-se no buffet.
Pela cidade pode-se deparar com um pelicano andando tranquilamente. É o mascote de Mikonos, com o nome de Petrus, muito bonito e anda como um turista.

O Museu Arqueológico é pequeno e tem cerâmicas Helênicas e Cicladicas que valem a pena ser vistas. Já o Museu Folclórico é um passeio muito bom, fecha aos sábados. Outro lugar interessante de se visitar é o Porto, onde os moradores freqüentam e, por isso, as mercadorias e os serviços são mais baratos.

presunto tipo Pata Negra
presunto tipo Pata Negra

Uma dica dada por um grego é ir ao Maudoupas para um aperitivo. Fica no Porto e é frequentado por nativos e moradores. Somente nesse bar e no Café de Lá Music você vai provar uma espécie de Brusqueta, porém o pão é mais grosso e duro, com tomates frescos, tempero grego e queijo típico do local. Uma delicia. A sugestão é que em seguida peça uma porção de presunto tipo Pata Negra, mas feita de cabrito montanhês. Só tem em Mikonos e nesses dois restaurantes.

Tomar um drinque no pequeno terraço do bar e restaurante Katarine, na pequena Veneza, local onde as casas estão praticamente no mar. Além de uma vista linda é pitoresca pois alguns moradores pescam do terraçoda casa seu almoço e jantar.

No restaurante italiano Avra Restaurant Garden, o garçom Gino é super simpático e fala o português. Lá experimentei o peixe branco com vegetais e o spaguette com frutos do mar e, claro, o Mastixa, como digestivo. Nas docerias, vale a pena experimentar Amiadaloto e Portokali, um doce feito de pasta de amêndoas com laranja, tipo um Marzipã, é delicioso.
O almoço foi no Katharine onde experimentamos a Musaka, lasanha de berinjelas com queijo feta, carne moída e coberta com uma espécie de suflê, e um carneiro na chapa com tomates fresco e pão do local, de sobremesas uma Baklava de nozes.

Há passeio para a ilha de Delfos onde está o maior parque arqueológico das ilhas, mas depende dos ventos. Desta vez, não deu para conhecer. Passeando pela Ilha, vimos uma variedade imensa de pequenas plantações, apesar de a produção ser para consumo interno e familiar, vimos figo, oliveiras, uvas, hortas, trigo, tomate, e uma planta que parece um bambu muito fino, que usam para cobrir seus carramanhões. A água é de poço em toda a vila. Quem precisa, retira sua água com balde disponível a todos, mas tem água encanada.

Algumas dicas:
· Todos os hotéis são charmosos e os serviços excelentes. O Golg Star é uma pousada ao lado de um moinho com vista do por do sol, piscina charmosa e o valor é muito acessível. Tem a vantagem de estar próximo da cidade, porém, sem barulho. O Simeli é também muito agradável e mais chique. Está no alto da cidade e muito próximo.
· Para os mais jovens, há quartos em casas e pequenas pousadas dentro da cidade com valor muito baixo.
· É normal estar num taxi e entrar outro turista que irá continuar a viagem, isto não barateia seu percurso.
· A volta para Atenas foi feita pela Aegen. O vôo é de 30 minutos, com isso, não vale a pena pagar pela executiva, porém dá direito a 20 quilos e nada mais. Cada quilo a mais custa 10 euros. Os ventos são sentidos durante o vôo.

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